Nossa, isso tava esquecido aqui na área de trabalho, fiquei de postar a algumas semanas atras, mas passou batido.
antes algumas correções:
Digitei o mês errado não é mês 4 e sim mês 3, e os dias estavam errados também, é um dia antes.
E o Newton fez uma correção importante, Furnas é que é distrito de São José da Barra. Confere, afinal São José é o município.
Links, com as datas corrigidas, para os post anteriores, para não ficar perdido:
Furnas, Primeiro dia (24/03/2004)
Furnas, Segundo dia (25/03/2004)
Furnas, Terceiro dia (26/03/2004)
O terceiro dia foi reservado para a viagem até a Casca d’anta. Não saímos muito cedo como o planejado, acabamos pegando a estrada por volta das 10:00 da manhã. Antes, claro que não faltou os preparativos, eu tratei de me lambuzar de protetor solar fator 50, afinal iríamos ficar o dia todo sob o sol escaldante (as nuvens haviam ido embora, tempo firme e seco).
Cada um catou a sua mochila com ferramentas e objetos pessoais, e vamos embora. O caminho que fizemos foi por estrada de terra, sob a serra da canastra. Vista exuberante, a natureza é muito bela por aqueles lados, vê-se jazidas de pedra mineira brotando ao meio da estrada, cachoeiras, e vistas dos ribeirões que desembocam na represa de furnas. Os entramos na estrada de terra, a primeira surpresa, os mata-burros ali, não são do tipo que estou acostumado a ver aqui por São Paulo, onde as travessas ficam perpendiculares aos pneus, estas ficavam paralelas, em resumo um perigo para moto, e o vão entre as travessas, era grande. Tanto que eu acabei encaixando a roda dianteira da XL no segundo deles. Não aconteceu nada, exceto o susto. Contei cerca de 25 a 30 mata-burro deste tipo, coisa de burro mesmo, quem fez desse jeito, verdadeiras armadilhas.
Mas voltando um pouquinho, logo nos primeiros quilômetros já fomos agraciados com uma bela cachoeira em forma de gruta. Paramos e tiramos as primeiras fotos. Mais a frente, o primeiro “obstáculo” um riacho para ser cruzado. Estava bem caudaloso, afinal com todas as chuvas dos últimos dias, a água tem que sair por algum lugar certo? Primeiro passou o Sérgio, que já tem experiência com isso, depois o Ricardo, que parou a frente do Sérgio. O terceiro fui eu. Adivinha? Em toda a aventura não pode faltar o tombo! O primeiro a estrear o barro fui eu, como o Sérgio tinha parado a próximo aos restos do que era a ponte que ficava sobre o riacho, e bem naquele vão que fica no barro por onde passam os carros, e justamente eu ao sair do riacho cai com a roda neste vão, que era bem fundinho. E adivinha o que esta logo a frente? O Sérgio, e para não bater nele, juntei no freio. Freio + barro = tombo na certa. Ainda bem que estava bem devagar o barro, misturado com areia, bem fofo. Resultado, eu no barro, e um retrovisor trincado. Levanta a moto, limpa o barro, vê se esta tudo inteiro e vamos embora.
Muito a frente encontramos os escombros de uma antiga usina de força e um ponto impressionante, bem na encosta da serra, na queda d’água. Fotografamos, não saiu muita coisa, mas.. . Andamos mais um pouco, e resolvemos parar para olhar o mapa e tomar água. Como cada um ficou de levar alguma coisa, pra dividir o peso, o Sérgio e o Ricardo ficaram com a água. O Sérgio estava com uma garrafa de 600ml, tomou um pouco, eu tomei um pouco e sobrou um resto na garrafa. Ai, o Sérgio joga esse resto de água sobre a cabeça e acabou. Enquanto isso o Ricardo procurava o galão de água em sua mochila e…. não acha! O galãozinho (1 litro) foi perdido no caminho… hehehe. acabaram ficando sem água até a chegada em Vargem Bonita. Bem, descansados e pé na estrada. Andamos mais um bom tanto, até que encontramos o asfalto, ai que o Ricardo se tocou que havíamos errado o caminho, tinhas chegado na estada que vai a Piumhi, estávamos uns 15Km fora da rota.
Um pouco mais a frente acaba a mordomia, e terra novamente. Depois de andar mais um bom tanto cruzamos com o “velho Chico” que foi devidamente fotografado, lógico! Mais um pouco a frente, chegamos ao trevo de Vargem Bonita e São Roque de Minas, decidimos ir para Vargem Bonita e obviamente, Casca d’anta. Eis que chegamos em Vargem Bonita, paramos para um refresco, água, etc. O Ricardo não sei porque resolveu tomar uma cerveja (hihihi.. isso deu bolo, mais a frente explico). Descansamos uns 20 minutos e estrada novamente. Nesta nova estrada de terra, os mata-burro já não era mais como os anteriores, mas ainda tinham o problema do vão central, atenção dobrada ainda. Logo mais a frente, em um declive, um belo trecho de argila e mole ainda por cima. Como a estrada tinha muito movimento, haviam aquelas “locas” por onde passam os pneus, e coisa funda, creio que uns 20cm. O Sérgio e o Cal, estavam a frente, e passaram, eu passei tranquilamente, mas o Ricardo eheheh.. estreou o barro, um belo capote, daqueles de rolar. Não machucou, somente o susto. Depois disso, a conclusão, provavelmente a culpada foi a cerveja que ele tomou em Vargem Bonita, como estava de estômago vazio, imagina né?
Bem mais a frente, uma vista espetacular da Serra da Canastra, devidamente fotografada. Outro fato curioso e que mais a frente topamos com poças d’água. Passamos uma, rasa, e logo a seguir outra, eu, imaginei, deve ser rasa também. Entrei com força total nela, resultado? Não era rasa. Um belo banho de água, devido aos espirros da entrada com tudo. Não cai, mas tomei um belo banho de água suja. Enfim chegamos aonde iríamos comer, um restaurante que fica muito próximo ao parque nacional da Serra da Canastra. Comida caseira, muito gostosa, feita no fogão de lenha. Nos fartamos e descansamos um pouco. E aproveitamos para decidir a volta, como já era bem tarde, cerca de 2:30, iria ficar bem complicado voltar pela estrada de terra, a noite. Foi decidido que voltaríamos pelo asfalto.
Ao chegarmos no Parque, o guarda o parque disse que não poderíamos entrar com as motos, porque já havia passado o horário de visitas. Com um jeitinho daqui e uma lábia dali (Cal e Ricardo) e molhando a mão do guarda, conseguimos entrar com as motos. Chegamos o mais próximo possível da casca d’anta. O resto teria que ser a pé, em uma trilha aberta na mata. Coisa de uns 1.8Km calculo. Bem no meio da trilha, com uma vista espetacular, um mirante para observar a casca d’anta.
Andamos mais um pouco e finalmente! a Casca d’anta. Uma queda d’água espetacular, calculo ter mais de 100 metros, do rio despencando do alto da Serra da Canastra. A queda é tão forte que há constantemente gotículas d’água no ar, que o vento se incumbe de jogar em na trilha, dando um verdadeiro banho em quem observa a queda. Impressionante e de tirar o fôlego! Hora de voltar. paramos novamente no mirante por mais uns minutos e pé na trilha. Na volta a portaria do parque, depois de pagar a quantia negociada com o guarda, tratamos de “filar” a água do filtro dele, afinal não tínhamos água nenhuma conosco. Caminho de volta.
Paramos em um posto de gasolina que fica na estrada de terra antes de Vargem Bonita, para abastecermos. Fizemos uma “apostinha” para ver que iria gastar mais com gasolina, afinal as motos eram mais ou menos similares na cilindrada. Um fato que não mencionei, é que o tempo todo, eu, o Ricardo e o Cal, estávamos com rádio, tínhamos comunicação, e o Sérgio, gosta de andar um pouco mais, e o Cal ia no “vácuo” dele. Eu e o Ricardo, íamos mais atras e cobrando dos dois para que andassem mais devagar um pouco, não passar além dos 60Km na terra, afinal eu não tenho pratica em estrada de terra com moto. O resultado dessa “graça” de andar mais rápido o Sérgio foi o que gastou mais, seguido do Cal, depois eu, e o mais econômico, o Ricardo.
Uma coisa que já havíamos decidido é que a volta seria pelo asfalto (Piumhi, Capitólio e São José da Barra) mas havia um problema, logo depois de Capitólio havia um posto da Guarda rodoviária. O Sérgio, Cal e Ricardo não haviam trazido os documentos, carteira de habilitação (afinal não havia planos de voltar por este caminho) somente eu estava com os documentos. Bem… como fazer? Eu iria a frente e veria se o caminho estava livre para eles passarem e avisaria pelo rádio. Felizmente o posto estava fechado e não tivemos problemas. Uma coisa horrível no caminho de Capitólio a São José foi o tráfego intenso de caminhões e ônibus na estrada, coisa infernal. Outra coisa que foi de lascar, foi o Cal boa parte do tempo, atras de min com o farol alto acesso, eu não conseguia ver nada, absolutamente nada no retrovisor, um saco.
Chegamos a barragem de furnas ao escurecer, lá pelas 7:30. O caminho de volta até a propriedade do Ricardo tem um caminho de terra bem “macabro”, inclusive no dia anterior dei uma bela lambida em um barranco por conta dos dois apressadinhos (Sérgio e Cal), coisa que rendeu um ralado na canela. Antes de entrar por este caminho eu já berrei que iria devagar, por causa do acontecido no dia anterior, e ainda mais porque estava escuro. Chegamos em casa por volta das 8:00, cansados, sujos, e com fome, mas muito felizes, pois o passeio foi último e não vai ser esquecido nunca mais.
Furnas, Quarto dia (27/03/2004)