Segunda-feira, fui a loja de componentes eletrônicos aqui da cidade para comprar dois conectores, chegando lá pedi o que precisava, perguntei o preço, R$6,00 cada, no total então, R$12,00. Retirei uma nota de R$20,00 da carteira e entreguei a balconista.
Ela me pergunta se tenho R$2,00. Abro a carteira novamente e só tenho uma nota de R$5,00 e um cheque de cliente. Ela me faz o troco, guardo o dinheiro na carteira, coloco os conectores no bolso e vou embora. Depois de fazer outras coisas, (as quais não precisei e dinheiro, tampouco abrir a carteira), antes de voltar para a oficina resolvo passar na kiberia do seu Jacoh, para me deliciar de seus quitutes. Pensei comigo:
– Ah… os R$13,00 (troco dos conectores + 5) que tenho dá pra pegar duas esfhias, um quibe e um suco e ainda sobra troco.
Entrei, pedi os quitutes, comi e fui pagar a conta. Olho e vejo que tem dinheiro a mais na carteira, pra ser exato R$10,00 a mais. Paro e penso de onde teriam vindo os R$10,00. Penso e não me lembro de ter parado em nenhum outro lugar para comprar mais nada.
Mais um pouco, me lembro de que a balconista, me perguntou se eu tinha os R$2,00 e logo depois pediu para um outro cliente que estava no balcão se ele não tinha duas notas de R$10,00 para fazer o meu troco. Lembro-me que eles trocaram o dinheiro e ela me fez o troco.
Logo, os R$10,00 a mais só poderiam ter vindo de lá. Pensei comigo: “Sem problemas, amanhã eu volto lá e explico o ocorrido e devolvo o dinheiro.” Bem, o caso é que eu não pude ir lá ontem e acabei indo hoje.
Chego lá e explico tudo e resolvido.
O mais interessante é que exatamente hoje, quarta-feira, depois do almoço, assistindo o Jornal Hoje na rede Globo vejo a reportagem: Burocracia para devolver dinheiro à Previdência, sobre uma senhora que enfrentrou burocracia para devolver R$495,25 referente a aposentadoria do Pai que havia morrido em fevereiro e mesmo assim o INSS depositou o pagamento.
As palavras de Dona Leticia:
“Eu devolvo pela minha própria consciência e por respeitar a dignidade do meu pai, que sempre trabalhou e jamais ia querer ficar com o dinheiro que não fosse dele.”
Bastante coincidência não? Pois é, o mesmo aconteceu comigo, ao encontrar os R$10,00 a mais em minha carteira, e sabendo a quem ele pertencia, não pensei duas vezes em devolver.
Penso se todos pensassem dessa forma, não necessariamente quando envolve apenas dinheiro, se não teriamos um pais melhor para viver, com menos impostos, e taxas que sobrecarregam nosso orçamento, já que os recursos seriam aplicados onde devem e sem desperdicio. Fica o exemplo para alguém que por ventura não pense desta forma e leia este texto. Eu no entanto, acredito que meus 12 leitores também terim feito a mesma coisa que eu.
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