Realmente, tudo tem um fim, e principalmente uma “data de validade” implícita pelos fabricantes (ou pelo mercado).
Vamos a um exemplo que eu catei justamente hoje? Olha essa tralha:
Sabe o que é isso? Um reator para lâmpada fluorescente (2 x 40W).
Eu já devo ter externado aqui toda a minha bronca com reatores de partida rápida e mais ainda com essa porcaria eletrônica.
Ontem, a lâmpada da cozinha de casa, ao ligar não acendeu… achei estranho e bati no interruptor mais umas duas vezes. Deu um belo de um estouro (o eletrolítico) e uma fumaça que empesteou a cozinha. Olha só como a placa está escura ali perto dos diodos, mal dimensionados por sinal, e veja o transformador a esquerda, esquentou tanto que botou as bufas pra fora do carretel.
Sabe qual a idade desse reator? Pouco mais de 2 anos. E nesse prazo ele já detonou um par de fluorescente de 40W em cerca de 14 meses. O segundo par ele não conseguiu detonar, o próprio reator se detonou.
Sabe o que eu fiz? Enfiei a mão no bolso e comprei dois reatores convencionais (magnético, partida a starter) pela “bagatela” de R$50,00 (um roubo na minha opinião), enquanto um lixo eletrônico desse pra duas lâmpadas como esse da foto custa no máximo uns R$20,00 e além do reator foi preciso dois soquetes de starter e dois starter FS-4 (que eu já tinha).
Dai fica a questão: Porque o reator magnético está sumindo do mercado (tanto o partida rápida como o convencional) e só tem esse lixo eletrônico?
Porque o magnético praticamente vende uma vez só, raramente estraga. Eu tenho reator que peguei no ferro-velho que seguramente tem mais de 30 anos e funciona perfeitamente.
A lâmpada num reator com partida convencional dura muito, mas muito tempo. Tenho uma fluorescente que fica sob a bancada na oficina e ela está ligada ali desde 18/01/2006 e nem deu sinal que vai pifar tão cedo. (eu anoto a data da instalação no anel de alumínio da lâmpada). Ou seja, essa lâmpada está funcionando a pouco mais de NOVE anos! O reator seguramente tem uns 20 anos que eu instalei. E é um reator usado, sem marca (a etiqueta era de papel, já era faz tempo), logo tem mais de 20 anos de uso.
Se fosse um reator eletrônico, tomando por base o acima, eu já teria trocado uns 4 ou 5 reatores e umas 8 lâmpadas. Ou seja, isso é ridículo!
Então conclui-se que: É altamente interessante pra quem fabrica lâmpadas fluorescentes, que se use o reator eletrônico, já que a lâmpada dura menos. Logo, vende-se mais lâmpadas.
E também é interessante para o fabricante de reator, só fabricar o eletrônico, porque ele vende mais reatores já que eles são mal feitos e duram pouco. O dono da loja de material elétrico então ri a toa, já que ele vende os dois.
Dai eu pergunto, daria pra fazer um reator eletrônico bem dimensionado, que não esquenta tanto, que não queima tão facilmente? E que trabalhe com a lâmpada no regime correto, pra não detonar a lâmpada rápido? Dá… claro que dá, mas é interessante? Claro que não.
Portanto, quando eu encontro reator convencional no ferro-velho, eu pego. Dificilmente estão estragados. Porque não botei dois de sucata na cozinha? Porque eu não tinha, os que peguei a tempos atras usei todos no cafofo novo. No ferro-velho pelo menos aqui, acha-se muito reator 220V, e lá em casa eu só uso 127V.
E mais… em breve eu vou experimentar montar um circuito de starter eletrônico. E bem dimensionado, ou seja pra durar.
Ah… ia esquecendo, tive que camelar na cidade pra achar reator convencional. Na loja que achei, o vendedor é velho conhecido. Assim que perguntei se ele tinha reator convencional 1 x 40W 127V, logo depois do “tenho” eu ouvi: “É Luciano, você sabe o que é produto bom”.
Luciano, essa eu não sabia, sempre achei que existisse um tipo somente de reator, o eletrônico. Também tenho esse problema por aqui com duas lâmpadas de 40W, eu pensei em usar um reator para duas de 60W ou 80W para experimentar se dura mais, mas agora vou procurar por esse convencional.
Comentário de Picco: 1
Olá Picco, sim, esse tipo de reator é o mais antigo que existe, o com partida convencional (starter). Existe também o de partida rápida mas esse eu não gosto, ele arrebenta a lâmpada rapidamente também.
Mas aproveite pra procurar logo, pois eles estão sumindo. Ou… fique de olho em ferro-velho. Eu sempre vejo muito reator em perfeito estado no ferro-velho, pena que a esmagadora maioria é 220V e eu uso 127V. Mas eu vou acabar pegando 220V mesmo, pois se precisar eu coloco um pequeno auto-transformador pra subir os 127V pra 220V em cima do forro.
Comentários de Luciano: 479
Olá Luciano, Picco.
Fiquei aqui pensando que esse auto-transformador vai acabar gastando mais energia.
Já que vai subir no forro talvez compense alterar a fiação e colocar logo a linha de 220V para a iluminação. Se isso for realmente possível gasta-se um pouco de tempo e trabalho mas vai demorar para se aborrecer novamente.
Comentários de Albino: 5
Vai gastar um pouco mais sim, mas mesmo assim ainda é aceitável. Um autotransformador se bem calculado e fabricado (pode ser caseiro) pode atingir uma eficiência de 85% ou até mesmo 90%.
Isso que você disse é válido quando se tem instalação bifásica disponível para obter os 220V.
Mas colocar iluminação fluorescente em 220V bifásico (sem neutro) tem um efeito colateral irritante para muitos.
A lâmpada fica dando umas cintiladas bem fracas (no caso de fluorescentes tubulares) pela fuga natural na fiação. Essa fura é baseada na capacitância parasita do fio com as paredes que estão aterradas. Uma pequeníssima corrente é suficiente pra ionizar levemente o gás da lâmpada.
Um fato que você já pode ter presenciado que é causado pelo mesmo efeito, são as fluorescentes compactas (lâmpada PL) que misteriosamente dão umas piscadas no escuro. O efeito é o mesmo, a microscópica corrente de fuga começa a carregar o capacitor de filtragem do reator e quando este atinge a tensão de ignição, a lâmpada dispara um flash e zera a tensão do capacitor.
Esse caso só tem uma solução, instalar um interruptor duplo conjugado e interromper as duas fases. Ai quero ver elas piscarem.
Comentários de Luciano: 479
REV-3. Imagina a 1 e a 2
Perdi 2 porcarias dessas juntamente com 2 lâmpadas UV (uma de cada vez) num apagador de eprom “caseiro”
Comentários de Carlos Andrade: 47
Pra se ver! Já passou por 3 revisões, e aposto que cada uma delas foi pra baixar ainda mais o custo de fabricação.
Troque por reator convencional que acaba o problema. Se for lampada muito pequena, como o meu que é de 7W, não vai achar starter, mas coloque um interruptor de pressão e faça a partida manual. Resolve
Comentários de Luciano: 479
Luciano,
Primeiro, o login Google para o seu blog também foi desativado. Quando encontrar uma solução prática para isso, por favor me avise.
Segundo, pode botar esses reatores de 220V todos numa caixa e mandar para mim que eu pago!
Comentários de Jefferson: 44
É… fiquei sabendo que o google anda passando o rodo em todo mundo. Quanto aos reatores 220V, realmente interessa? Se sim, quando eu achar os que valem a pena eu posso comprar no sucateiro e te repasso.
Comentários de Luciano: 479
Tive meu primeiro contato com reator eletrônico a cerca de 20 anos atras quando ganhei uma caixa de sucata cheia deles. na época era raríssimo e caro.
Montei uma boa parte em calhas para lampadas de 20w , e alguns estão instalados e funcionando ate hoje. Nos atuais ja fazem as coisas para queimarem, aposto que os capacitores deste de foto sao de 200v. Como a tensao e pico retificada chega a 180v, e questão de tempo para o reator queimar. quando pego assim, coloco capacitores de 300v e dificilmente dão problemas.
Comentário de Rickert Senhorini: 1
Pior que não… os capacitores nesta placa são pra 250V, e como eles formam um dobrador, eles ficam em série perfazendo um capacitor de 500V. Logo mesmo com a tensão de 127V o máximo que teria em cima deles é uns 360V, o que está com uma boa margem para os 500V.
O problema é projeto mal feito mesmo, feito na coxas e pra economizar ao máximo.
Trocando o capacitor você pode até resolver o problema do reator, mas não resolve o problema deles arrebentarem com a lâmpada em menos de 1 ano.
Comentários de Luciano: 479
em luminárias de 2 lampadas de 40 W eu uso um reator de 1x40W em cada lâmpada, vantagens? não queima nunca, dura muito mais porque os reatores duplos tendem a esquentar muito e ainda tem a vantagem de quando um dia um reator simples queimar aí vc ainda fica com uma lâmpada acesa … espero ter ajudado
Comentários de Gilson: 4
Gilson, você leu todo o post? Eu SEMPRE condenei esses reatores eletrônicos e sempre fui a favor de reator separado para cada lâmpada, inclusive eu deixo bem claro no post que comprei DOIS reatores convencionais de 1 x 40W pra colocar na calha.
Comentários de Luciano: 479
Olá, acho que faltou eu dizer que eu uso um reator (1x40W) para cada lâmpada na luminária de 2 lâmpadas, mas veja bem, eu uso “eletrônico”, não o convencional magnético, o que to afirmando é que um reator duplo eletrônico de 2x40W dura pouco, mas dois eletrônicos 1x40W duram bastante, pelo menos todas as luminárias em que fiz isso em uma escola, não queimou nenhum até agora e tem a vantagem de ser mais barato que o convencional novo … abraço
Comentários de Gilson: 4
Ah tá… mas de qualquer forma eu corro dos eletrônicos, eles arrebentam a lâmpada muito rápido, veja a última imagem do post, é uma lâmpada Osram em um reator magnético com starter. Já viu uma fluorescente durar tanto assim? Eu posso te dizer que uma lâmpada das boas não deve durar mais do que dois anos num reator eletrônico, na melhor das hipóteses.
Comentários de Luciano: 479
Ah sim, faltou você dizer isso, que no seu caso é reator eletrônico, mas 1x40W. Mas eu prefiro o magnético, pois veja a última imagem do post, uma lâmpada Osram em um reator magnético, já viu uma fluorescente durar tanto assim? Eu posso apostar que uma lâmpada das boas não deve passar de 2 anos em um reator eletrônico, por melhor que ele seja.
Comentários de Luciano: 479
Utilizo aqui em casa um reator eletrônico 2x40W T10 da marca MarGirius, desde 2009. Nunca me apresentou problemas, e uma dfas lâmpadas levou 6 anos para queimar, em outubro de 2015; resolvi colocar uma T8 de 32W, que é mais fina, porém tem o mesmo comprimento, que a torna compatível com o reator de 40W. até agora tudo perfeito também. Sobre reator duplo ou simples, a maioria dos duplos, incluindo o meu, possui o seguinte esquema de ligação, equivalente a dois reatores independentes:
https://2.bp.blogspot.com/_SW7FEBhudqM/TEJtbwTyD5I/AAAAAAAAATY/2fyK0BnznTA/s1600/2105365227_65f2221a5d_o.jpg
esse é de longe o melhor, pois a queima ou remoção de uma lâmpada não interfere no funcionamento da outra.
Existem os reatores em ponte:
https://2.bp.blogspot.com/_SW7FEBhudqM/TEJtbwTyD5I/AAAAAAAAATY/2fyK0BnznTA/s1600/2105365227_65f2221a5d_o.jpg
Também pode funcionar com apenas uma lâmpada, uma vez que o fio amarelo é bifurcado entre as duas lâmpadas, numa ligação em paralelo.
E por fim o reator com ligação em série:
https://www.andreiluminacao.com.br/image/catalog/intral/3384effe93672b63d3f8bc3b6b0bf073.jpg
Como se pode ver, se uma lâmpada for removida ou queimar, a outra também não vai funcionar. Dá dez tipos de medo ao ver um troço desses.
Comentários de Vinicius MS: 3
Legal seu comentário Vinicius.
Claro que deve existir reator eletrônico feito de acordo com as normas e atende o regime de funcionamento da lâmpada, mas o problema é que por aqui só vai achar as tranqueiras baratas.
Imagino que um reator Philips ou Osram eletrônico deva ser boa coisa.
Quanto a ligação compartilhar (bifurcar) os fios, isso não necessariamente significa que ele seja em ponte (precisa das duas lâmpadas pra funcionar). Vai depender do projeto interno, a saída de dois reatores independentes, sendo eles isolados, pode perfeitamente compartilhar a ligação em comum sem prejuízo algum.
Mas reatores eletrônicos pelo menos pra mim ainda tem um outro problema… a interferência eletromagnética que eles geram.
Aqui, por enquanto seguem os reatores magnéticos.
Comentários de Luciano: 479
Algo que influencia diretamente na durabilidade das fluorescentes é o tipo de partida dada pelo reator. No caso dos eletrônicos temos três tipos diferentes de partida:
Rápida: utiliza um pré-aquecimento dos filamentos da lâmpada, e possui uma tensão de ignição mais baixa.
Instantânea: não realiza pré-aquecimento dos filamentos da lâmpada, e por isso possui uma tensão de ignição bem elevada, da ordem de 2,8 kV para uma lâmpada de 40W.
Programada, combina o funcionamento dos dois tipos anteriores.
Por causa do pico de tensão elevado, capaz de acender até lâmpada vapor de sódio ou metálica, mesmo com desempenho inferior, o reator de partida instantânea desgasta mais os filamentos das lâmpadas, em relação aos outros dois tipos. Por isso muitos acendimentos por dia reduzem consideravelmente a vida útil da fluorescente.
Só que o reator de partida instantânea é o mais fácil de encontrar no comércio, e os outros dois tipos, que causam um desgaste bem menor, são moscas brancas de olhos azuis e asas verdes!! Até mais difíceis de encontrar do que reator eletromagnético convencional.
Comentários de Vinicius MS: 3
*Correção ao comentário anterior
Este é um reator em ponte:
https://guias.oxigenio.com/wp-content/uploads/2014/03/educac57.gif
Reafirmo: o terceiro tipo de reator, por esquema de ligação, é uma porcaria,rsrsrs.
Comentários de Vinicius MS: 3
Então pessoal, seria melhor usar os reatores magnéticos é claro e óbvio pelas vantagens aqui descritas, mas praticamente ele sumiu do mercado, então tenho uma sugestão, basta fazermos nós mesmos o magnético, não tem mistério, é só um indutor, basta enrolar (no caso do 1x20w) umas 800 voltas de fio
fino (32 awg) ou fio 30 em um pequeno cilindro de ferro de 12 mm de diâmetro ou (1/2 pol.), no caso do 1x40w (lâmpada grande) não sei quantas voltas pra chegar nos miliamperes que a lâmpada precisa, mas isso não é difícil de descobrir, é so experimentar, o que vocês acham heim?
Comentários de Gilson: 4
Nem tanto… tenho um livro aqui do Alfonso Martignone que explica direitinho como se calcula esses bichos. Eu ainda penso em um dia fazer os meus eheh.
Comentários de Luciano: 479
Olá, Gilson. Você por acaso é o proprietário do blog “Dicas do Gilson eletricista”?
Comentários de Vinicius MS: 8
olá Vinicius, não sou o Gilson do blog não, só gosto de pesquisar em eletrônica e elétrica e também gosto de fazer mudanças, adaptações de todo tipo em várias ferramentas, aparelhos, enfim tudo que pode ser melhorado .. abraço
Comentários de Gilson: 4